ABRIGO PARA POPULAÇÃO DE RUA SEGUE CRITÉRIO DESUMANO

Notícias 06/06/2017

O tratamento desumano com a população em situação de rua em Florianópolis continua. Nosso mandato vem denunciando o descaso da prefeitura desde 2013, e na sessão desta terça-feira o vereador Prof. Lino Peres criticou duramente a falta ou insuficiência de infraestrutura e incapacidade de acolhimento que o Município vem tendo para esta população. Lino referiu-se à decisão da Prefeitura de Florianópolis de, em abril, conceder abrigo na Passarela Nego Quirido somente quando as temperaturas estiverem abaixo de 10 graus, sendo que a chuva e temperaturas de mesmo 15 graus, e mesmo superiores, dependendo do grau de umidade e intensidade do vento sul, podem causar e agravar sérios problemas de saúde como pneumonias e hipotermias.

"Os albergues são insuficientes e o Centro Pop, mesmo quando está operando normalmente, não dão conta de abrigar essa população em situação de extrema vulnerabilidade social. Há muito tempo constatado a falta de políticas públicas para o setor, e o mesmo acontece na atual administração. A maioria dessas pessoas, segundo as pesquisas, está à procura de empregos e tem o desejo de de viver melhor, mas a cidade não os acolhe. Precisamos humanizar Florianópolis", protestou Lino Peres na tribuna. Segundo dados da Secretaria de Assistência Social, havia 421 pessoas em situação de rua na cidade em 2016, sendo que 66% delas se situavam no centro. Esse número provavelmente é maior hoje.

O vereador concluiu assinalando que "a população em situação de rua é a ponta do iceberg de um acúmulo de falta de política pública social sustentável de várias administrações e não podemos continuar com um entendimento de que esta problemática pode resolver-se de forma higienista, como o prefeito Doria, em São Paulo, praticou dias atrás com a expulsão dos moradores de rua da região denominada de Cracolândia, sob pretexto de retirar do local dependentes químicos para internação compulsória, medida que a Câmara Municipal de Florianópolis rejeitou advinda de um projeto de lei de um ex-vereador, mostrando que a política de tratamento social não é pontual e imediatista, mas abrangente, humana e acolhedora da população de rua. Esta política está ultrapassada, sendo praticada no início do século passado por Pereira Passos no Rio de Janeiro e de lá para cá muito se avançou na social e de saúde no mundo e em nosso país".

 


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