MARIELLE FRANCO, PRESENTE!
“Dos 4 tiros que ela recebeu, sinto que um deles foi em mim”, desabafa Jeruse Romão, assessora do mandato do vereador Prof. Lino Peres e uma das co-organizadoras do ato realizado em Florianópolis em memória de Marielle Franco, a vereadora do PSOL que foi executada na noite 14 de março, no centro do Rio de Janeiro. A notícia é desoladora, a sensação é de que todas(os) nós fomos alvejadas(os). Há exatamente uma semana era 8 de março e fomos às ruas para lutar por respeito e direitos para todas as mulheres do mundo. Hoje voltamos ao centro da cidade para dizer que Marielle vive e que sua luta prosseguirá.
Da periferia, lésbica, militante e parlamentar (aliás uma das seis vereadoras negras do Brasil), Marielle era uma afronta para a racista sociedade brasileira. Sua voz GRITOU em defesa da juventude negra, morta sistematicamente no Brasil. Continuaremos GRITANDO. Repressão e medo não nos silenciarão.
O Golpe e o Estado de Exceção no país se aprofundam com o assassinato da vereadora, militante dos direitos humanos e crítica da intervenção militar no Rio de Janeiro. Em 28 de fevereiro, a legisladora anunciou ter sido escolhida para ser relatora da Comissão que iria acompanhar a intervenção. Além dela, o motorista do veículo onde ela estava, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Na quinta-feira, 15, Atos foram realizados marcados em várias cidades, inclusive em Florianópolis. Várias entidades estão se manifestando, entre elas o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro.
*NOTA DO GRUPO TORTURA NUNCA MAIS DO RIO DE JANEIRO DE INDIGNAÇÃO PELO ASSASSINATO DE MARIELLE FRANCO*
O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro se une a todas as pessoas e organizações na profunda indignação e tristeza com o assassinato brutal da vereadora Marielle Franco, do PSOL!
Solidários à família, às/aos companheiras/as e amigas/os, o assassinato de Marielle, mulher, negra, favelada, apresenta-se como um aviso para que todas/os que lutam contra a violência do Estado. Diante dos fortes indícios, trata-se de uma execução política motivada pelas graves denúncias que a vereadora vem fazendo sobre a barbárie implementada pela Polícia Militar nas favelas do Rio de Janeiro, e mais recentemente na favela de Acari nesse domingo, dia 11 de março.
Consideramos seu assassinato a primeira execução política da Intervenção Militar no Estado do Rio de Janeiro. Entendemos que o país está sob um Estado de Exceção em que as forças fascistas estão agindo sem qualquer limite e avançando sobre a nossa sociedade.
Trata-se de um crime de terrorismo que busca nos silenciar.
O GTNM-RJ convoca a sociedade a se levantar contra o Fascismo.
Pela coragem, pela força, por não temer!
Sigamos juntos contra todas as opressões!
*MARIELLE FRANCO PRESENTE, HOJE E SEMPRE!*
*PELA VIDA, PELA PAZ!*
*TORTURA NUNCA MAIS!*