Lino alerta governo federal e CEF sobre problemas do teleférico
O vereador Lino Peres entregou nessa sexta-feira, 23, à ministra Ideli Savatti, que representava a presidenta Dilma Rousseff, e à Superintendência Nacional da Caixa Econômica Federal, junto com sua representação em Santa Catarina, o resultado da Audiência Pública, presidida por ele e promovida pela Câmara Municipal, que tratou do teleférico e sistema de mobilidade urbana para Florianópolis e região metropolitana, realizada nesta quinta-feira, 22, no auditório do IFSC.
A ministra Ideli e representantes da CEF estiveram na cerimônia e assinatura do contrato de implantação do Anel Viário para o Corredor de Transporte Coletivo e Teleférico do Programa “Mobilidade Médias Cidades”, do Ministério das Cidades, ocorrida no Centro de Eventos de Florianópolis (Centro Sul).
No documento apresentado, são relatados os vários problemas que serão ocasionados por este modal, do ponto de vista dos custos econômicos e financeiros, sociais, urbanísticos, de instalação e operativos (veja matéria em http://www.professorlinoperes.com.br//pagina/188/prefeitura-natildeo-aparece-na-audiecircn).
Falta de projeto
Como membro do GEMURB (Grupo de Estudos de Mobilidade Urbana do ARQ/UFSC) e apoiando-se nos estudos do professor da UFSC Werner Kraus Jr, que apresentou análise crítica na Audiência Pública, Lino alerta que estão sendo liberados créditos junto à CEF sem nenhum projeto deste modal, assim como de todo o sistema de mobilidade urbana, incluindo o corredor de ônibus exclusivo. Além disso, o projeto deveria ser debatido amplamente com a sociedade.
Em segundo lugar, destaca que não é contra o teleférico em si, como modal, mas sim do seu lugar equivocado como transporte de massa, que é o que Florianópolis necessita urgentemente, O trecho sobre o Maciço do Morro da Cruz não tem extensão suficiente para justificar o teleférico, sendo que talvez o tempo de deslocamento por um corredor exclusivo seja menor. Para isso é preciso estudo.
Dentro dos R$ 160 milhões aprovados como crédito, 66 milhões, que podem chegar a R$ 150 milhões com toda a instalação e operação, serão somente para este modal, quando se avalia que o corredor de ônibus exclusivo, incluindo os insuficientes 10 milhões para a ampliação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira, necessita de mais de R$ 200 milhões.
Impactos em duas estações
Dentre vários aspectos, Lino chama a atenção para o fato de que não estão especificados no esboço ou proposta de teleférico, na página da Prefeitura Municipal de Florianópolis, as conexões deste modal com todo o sistema de mobilidade e transporte público. O teleférico teria apenas três estações, sendo que duas delas terão impactos ambientais e de vizinhança (a estação no Alto da Caieira, que eliminará a única área de lazer das comunidades, e a estação na Praça Santos Dumont, para a qual a Associação de Moradores da Trindade já encaminhou à Prefeitura projeto de revitalização com autoria de professores e estudantes da UFSC). Além disto, esta Praça é patrimônio material e imaterial da Trindade e UFSC, pois é ali que há mais de um século se realiza a Festa da Laranja e está integrada à Igrejinha da UFSC.
O vereador critica o fato de o teleférico e o corredor de ônibus exclusivo estarem sob coordenação da Secretaria de Obras, o que é uma inversão técnica e institucional no processo de planejamento, quando os principais órgãos municipais que deveriam coordenar estes projetos seriam o IPUF (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), a SMDU (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano) e a Secretaria de Transportes, nesta ordem de importância.