Em coletiva de imprensa organizada pela Câmara Municipal de Florianópolis dia 12 de maio, o vereador Lino Peres apresentou dois pareceres técnicos realizados no computador utilizado por ele em Plenário no dia do incidente com o site adulto, 26 de abril. Ambos inocentam o parlamentar e provam que não houve busca por websites adultos no computador. Um dos laudos confirma ainda que o equipamento sofreu uma invasão de sites de conteúdo adulto através de Spamdexing – conhecido como spam, técnica utilizada por sítios maliciosos para burlar sítios de busca como o Bing, Google, Yahoo etc. O histórico do computador no dia 26 de abril, em anexo, não deixa dúvidas de que no momento do incidente o vereador Lino Peres pesquisava sobre um projeto de lei federal com as palavras “PL 257 2016” no site de busca Bing (site padrão adotado pela própria Câmara Municipal), quando ocorreu uma invasão de 60 sites estranhos à pesquisa em um intervalo de apenas 2 minutos e 45 segundos. Um desses sítios, e que consta no histórico divulgado, é aquele que aparece na foto divulgada pelas redes.

“Eu fazia pesquisa em matéria legislativa para basear a minha fala, levantei da mesa para discutir o assunto e quando voltei havia um site estranho no meu computador. Imediatamente fechei a página, e logo depois informei a Presidência em questão de ordem”, afirmou Lino aos jornalistas. O diretor da TV Câmara, Ewaldo Willerding, estava no Plenário no dia 26 de abril e testemunhou os momentos do incidente. Foi ele quem alertou o legislador da importância do fato. “O vereador Lino não estava em sua mesa quando o site adulto abriu, o que chamou a atenção das pessoas em volta. Foi só depois de algum tempo, quando ele voltou à sua mesa, que se deu conta de que havia um site de conteúdo adulto em sua tela”, disse Willerding durante a coletiva de imprensa.

Em parecer oficial da Câmara Municipal de Florianópolis, que está em anexo neste post, assinada pela Gerência de Programação e Suporte, depois de análise técnica do computador, o especialista e funcionário da Casa Marco Antônio Pacheco escreve:

“Diante do verificado, e levando em consideração que o computador do vereador não tinha instalado nem anti-spyware nem antivírus, concluo que o computador do Vereador foi vítima de um ataque de vírus. (...)”

Além de isentar o vereador na busca intencional por sites impróprios, o parecer também aponta que a foto que circulou nas redes sociais e na imprensa foi tirada de dentro do Plenário:

“Depois de analisado o histórico de navegação e ter concluído que o Ver. efetivamente não navegou de vontade própria nos sites pornô, passamos a simular o ato de fotografar o Vereador ‘olhando um site pornô’. Após algumas tentativas, ficou claro que a foto foi tirada de dentro do Plenário.”

Durante a coletiva, Lino Peres também apresentou uma imagem da simulação feita na presença de funcionários da casa e que comprova, pela angulação e proximidade, que a foto foi tirada de dentro do Plenário e imediatamente atrás da cadeira utilizada pelo vereador. Também está sendo encaminhado, por profissional habilitado, um laudo para avaliar o registro fotográfico.

A outra análise técnica, realizada posteriormente pelo especialista Ricardo Ghisi Tobaldini, reafirma a inocência do vereador e apresenta um relatório detalhado. O parecer completo pode ser lido em nosso site:http://goo.gl/43fwWx

O parecer de Tobaldini levantou o histórico completo de acessos do computador desde o dia 29 de janeiro deste ano. Na cópia do parecer anexada a esta nota, o histórico do dia 26 de abril evidencia que, segundos após o vereador Lino Peres digitar as palavras “PL 257 2016”, houve um ataque de Spamdexing em seu computador, o que causou o acesso involuntário a 60 sites estranhos à pesquisa em apenas 2 minutos e 45 segundos, entre as 16h44mins14s e 16h46min59s - inclusive ao site de conteúdo adulto registrado na fotografia. Logo depois, o vereador Lino Peres interrompeu a pauta da sessão e informou ao Presidente da Câmara que “sites estranhos” haviam aparecido sem seu comando no computador, fato registrado e divulgado pelas câmeras instaladas no Plenário. Diz o parecer, após feita a análise experimental de acesso aos mesmo sites que Lino Peres buscou.

“Analisando estes três casos, é possível observar que compartilham duas características em comum: levam a conteúdo adulto e possuem fragmento do termo buscado na constituição de seus endereços (no caso, "PL 257 de 2016 "). Aliado ao fato de que o endereço obtido experimentalmente teve origem de resultado numa busca feita no Bing e utilizando-se os mesmos termos, chega-se à conclusão de que um caso de "Spamdexing" afetou tanto os resultados da busca realizada pelo vereador no dia 26 de abril quanto as buscas realizadas experimentalmente no dia 1 de maio.

Nesta prática (Spamdexing), os sítios maliciosos podem aparecer para os sítios de busca, e por consequência para seus usuários, como sítios legítimos relacionados aos termos buscados (no caso do vereador, a pesquisa pelo PL 257 2016) quando na verdade seu conteúdo real, que só é descoberto após o usuário acessar de fato o endereço, não tem nenhuma relação com o que o usuário esperava. “É comum que o conteúdo real destes sítios esteja ligado à publicidade, disseminação de programas maliciosos (vírus, malware etc), pirataria ou conteúdo
pornográfico. (...)”

DESDOBRAMENTOS

Para esclarecer o que realmente ocorreu no dia 26 de abril, o vereador Lino Peres e mais nove vereadores pediram a abertura de uma sindicância interna administrativa, já encaminhada pela Presidência à Procuradoria da Casa. Além disso, o mandato vem tomando diversas providências legais para investigar as responsabilidades pelo fato, como o registro de boletim de ocorrência que iniciará abertura de um inquérito civil. A assessoria jurídica contratada já iniciou a avaliação dos processos que serão abertos por danos morais causados ao parlamentar.

Durante a coletiva, Lino Peres falou sobre a grande dimensão que a divulgação da foto tomou e dos prejuízos irreparáveis à sua imagem pública. Além da divulgação em centenas de sites em diversos estados brasileiros, a imagem pode ser vista em países como Suíça e Portugal. “A tentativa de constrangimento público, com danos irreparáveis à minha imagem, não intimidará nosso mandato, que continuará trabalhando por um projeto democrático de cidade, por políticas sociais inclusivas e pela transparência na gestão pública", declarou Lino durante a coletiva. "Iremos até fim na investigação das responsabilidades por este absurdo", finalizou.

PARECER OFICIAL DA CÂMARA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS