ASSUME A NOVA GESTÃO DA ASSOCIAÇÃO DE MULHERES NEGRAS ANTONIETA DE BARROS

Notícias 06/06/2017

|EMPODERAMENTO NEGRO FEMININO| O vereador Profº Lino Peres participou da cerimônia de posse da nova gestão da Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros (AMAB), grupo que atua desde 1985, em Florianópolis. Desde então promove ações de combate ao racismo e fortalecimento do feminismo negro com desdobramentos na cidade e no estado. "A meta a ser alcançada por esta gestão é trabalhar para a formação e qualificação das mulheres, através de uma estrutura organizada em comissões técnicas, voltadas para Educação, Cultura, Grupos de Estudos, Comunidades e Políticas Públicas Afirmativas", define Valdeonira Silva dos Anjos, a nova presidente.

O vereador Lino Peres e sua equipe apoiam a iniciativa dessas e tantas outras mulheres que, apesar do estigma da sociedade brasileira, ao se descobrirem centro, não mais permitem serem retratadas como margem. Leia abaixo matéria do site Nação Z sobre o evento:


Da Redação*

Na tarde do dia 29 de maio, na sede social da Escola de Samba Embaixada Copa Lord, em Florianópolis SC, a Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros – AMAB realizou a cerimônia de posse de sua nova diretoria para a gestão do biênio 2017/2018, tendo como Presidente Valdeonira Silva dos Anjos, professora aposentada da Rede Pública Estadual de SC, tradicional militante do movimento social negro no segmento de mulher, que, com seus 80 anos, prossegue contribuindo ativamente para a valorização da mulher negra no estado.

A diretoria executiva da AMAB passou a ser assim constituída: Valdeonira Silva dos Anjos (presidente), Neli Góes Ribeiro (vice-presidente), Maria de Lurdes Costa Gonzaga e Queila Nunes da Silva (secretárias), Edna Maria dos Anjos Angioletti e Maria Aparecida Conceição (tesoureiras), Altair Alves Lucio Felipe, Sandra Cristina Nascimento, Vera Lucia dos Anjos Farias, Márcia Agostinho da Silva, Nádia Regina da Silva Nunes e Waleska R. Becker Coelho (conselho fiscal). 

A meta a ser alcançada por esta gestão é trabalhar para a formação e qualificação das mulheres, através de uma estrutura organizada em comissões técnicas, voltadas para Educação, Cultura, Grupos de Estudos, Comunidades e Políticas Públicas Afirmativas. Com isto, teremos mais mulheres conscientes e engajadas no trabalho de conscientização das feministas negras, salienta Valdeonira.

A cerimônia de posse contou com a presença de representantes políticos, lideranças de movimentos sociais e da comunidade em geral tendo sido marcada por destacadas manifestações de reconhecimento às quatro mulheres negras fundadoras da AMAB: Maria de Lurdes Costa Gonzaga (Dona Uda), Valdeonira Silva dos Anjos, Altair Alves Lucio Felipe, Neli Góes Ribeiro, que colocaram suas almas e energias bravamente a serviço da superação das desigualdades raciais que atingem a população negra em Florianópolis e no Estado.  Seu trabalho junto à mulher negra, tem sido de grande importância para a juventude atuante que pode admirá-las e tê-las como referência em suas vidas, afirmaram.

História da AMAB

Em 1985, um pequeno grupo de mulheres se reunia na casa de Maria de Lurdes da Costa Gonzaga – Dona Uda, no morro da Caixa D’Água, localizado no centro de Florianópolis, realizando debates que possibilitaram a identificação do seu ideal de luta social. No contexto da época a população negra em Santa Catarina se organizava para denunciar a discriminação racial na sociedade brasileira, negada pelo mito da democracia racial, então oficialmente alimentado. Naquele momento nacional, o machismo era desconsiderado na engrenagem da dominação, o que levou as mulheres a se organizarem com mais pressa para reivindicar seu direito de participação social.

Em 1988, esse grupo ficou conhecido como Mulheres Negras Nós, atuando nos eventos ligados ao centenário da abolição da escravatura promovendo reflexão sobre a condição da mulher negra desde o início da escravização até as mudanças ocorridas no período pós-abolição e buscando dar visibilidade à luta das mulheres negras no estado.

Na década de 1990, o grupo passou a se denominar Grupo de Mulheres Negras Cor de Nação e buscou problematizar a especificidade da mulher negra a partir de uma trajetória política, perspectiva em que a organização se fazia necessária, conta a mestranda em História Social Carol Lima de Carvalho.

Em 1999, o grupo encontrou inspiração na primeira parlamentar negra brasileira, eleita em 1934, como deputada estadual em Santa Catarina, e passou a denominar-se Grupo de Mulheres Negras Antonieta de Barros. Educadora, jornalista e política, Antonieta reuniu em sua carreira profissional, que compreende a metade do século XX, bandeiras importantes em sua luta política, como educação para todos, valorização da cultura negra e emancipação feminina. O grupo estabeleceu, então, como principal objetivo a valorização e reconhecimento da história da população negra, sobretudo das mulheres negras em Santa Catarina.

Em Assembleia Geral realizada no dia 8 de março de 2001, configurou sua personalidade jurídica e passou a constituir a Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros- AMAB, tendo como objetivos permanentes promover a valorização da mulher e combater o racismo e as discriminações raciais, dando visibilidade à história e memória de Antonieta de Barros.

*Colaboraram com o jornal Nação Z: Jeruse Romão, Fabio Garcia, Carol Lima de Carvalho, de Florianópolis SC.


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