Câmara e mandato se somam à luta pelo Fim da Violência contra as Mulheres
O Plenário da Câmara de Vereadores reuniu autoridades e representantes os movimentos sociais ligados à luta pelo fim da violência contra as mulheres na quinta-feira, dia 13, promovendo um rico debate durante a instalação da Frente Parlamentar Metropolitana dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, proposta pelo vereador Lino Peres.
A busca de ações e a criação de políticas pelo fim dos casos de agressões contra as mulheres são necessidades urgentes. No Brasil, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, do Governo Federal, a cada 15 segundos, uma mulher é agredida, e em 95% dos casos os autores são os próprios companheiros das vítimas. Em SC, são 3,5 homicídios para cada 100 mil mulheres. A cada 46 minutos, uma mulher é vítima de violência.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, Sheila Sabag, presente na reunião, destacou que Florianópolis tem 52% de mulheres em sua população e isso já é motivo suficiente para que a Câmara Municipal tenha uma comissão permanente para cuidar do assunto, e que urge sua criação.
Murilo Silva, que participou representando o padre Pedro Baldissera, deputado autor da iniciativa na Assembleia Legislativa, diz que é preciso que a CMF aproveite os meios de comunicação de massa para divulgar as campanhas. Ele também acrescentou que tramitam dois projetos nesta direção de autoria do deputado e coordenador da Frente Estadual Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Inspirando-se em iniciativa do deputado Edgar Pretto, do Rio Grande do Sul, um deles diz respeito ao monitoramento dos agressores por meio de pulseiras ou chip e outro para colocar o dia 6 de dezembro como o Dia Nacional dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.
Coordenadora de Políticas da Mulher, Dalva Kaiser lembrou a necessidade de atuação junto aos homens agressores, além de prestar o devido apoio às mulheres agredidas. Ela enfatizou também a necessidade da criação da Casa da Mulher Brasileira - plano do governo federal de combate à violência contra a mulher, que cria casas especializadas para atender situação com essas características em todos os estados brasileiros.
Os participantes também citaram as dificuldades financeiras e falta de apoio dos poderes, principalmente municipal e estadual, para levar adiante políticas públicas que dêem fim aos casos de agressões contra as mulheres, não só como a violência doméstica, mas também em relação a prostitutas e homossexuais, entre outras.
Relatório de Ações
Para o vereador Lino Peres esta reunião para discutir e delinear ações para a Frente Parlamentar Metropolitana dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres foi altamente produtiva, tendo-se várias contribuições que serão elaboradas em Relatório de Ações a ser divulgado amplamente, principalmente aos participantes.
Com base neste documento, esta Frente implementará diversas ações, desenhando-se um estratégia de intervenção, sempre articulada com a Frente Parlamentar Estadual dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O vereador Lino Peres se soma às palavras do deputado Pedro Baldissera, quando da criação da Frente Estadual: “Nós, homens, temos uma realidade dura a enfrentar, porque a responsabilidade por toda essa violência é nossa. Este é o primeiro ponto desta mobilização: mostrar a todos os homens que, de forma direta ou indireta, a responsabilidade por acabar com qualquer tipo de agressão, física ou psicológica é nossa”. E mais adiante, assinala o parlamentar: “A cultura do machismo e da violência tem raízes na própria forma como meninos e meninas são educados. Esta é outra parte essencial nesta luta”.
Lino Peres, por último, destaca a importância cultural profunda que tem esta iniciativa parlamentar e social, pois aprofunda o conceito de democracia, que transcende transformações institucionais, e trabalha na subjetividade dos homens, que reproduzem cotidianamente o machismo e autoritarismo de gênero. A formação desta frente, que deve se ampliar com a formação de frentes sociais de combate à violência contra a mulher, coloca em ação uma prática social que questiona as atitudes machistas para além da retórica de valorização da mulher, hoje reproduzida pelos homens, mas sem transformação efetiva de suas ações no meio institucional, social e pessoal. Portanto, esta e outras medidas têm um caráter pedagógico tanto no meio masculino como nas escolas, em um processo profundo de revisão das práticas de ensino-aprendizagem desde o ensino fundamental até o universitário.
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http://www.homenspelofimdaviolencia.com.br
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