O vereador Lino Peres visitou sexta-feira, dia 7, as obras iniciais na SC-403, no norte da ilha, para encaminhar ações indicadas por Audiência Pública realizada em outubro. Acompanharam o vereador lideranças locais e o arquiteto Manoel Arriaga de Castro Andrade Jr., membro do Grupo de Estudos para a Mobilidade Urbana Sustentável (Gemurb/ARQ/UFSC). A visita mais uma vez constatou uma série de inconsistências técnicas no projeto e na obra, que irão provocar diversos impactos ao longo dos cinco quilômetros de extensão da rodovia.

Sem integração

Um problema de origem é a projeção de uma rodovia de alta velocidade cortando uma área urbana consolidada, inclusive com escola em sua margem. Não há integração dos dois lados da rodovia, levando ao alto impacto acústico e insegurança para os pedestres. As marginais estão interrompidas em vários trechos, sem continuidade, inviabilizando a implantação de linhas de ônibus circulares na região.

Além disso, não há previsão de passagem de pedestres em vários trechos, além de uma falta de integração do Plano Diretor aprovado em 2014 com a própria implantação dessa SC e seus impactos futuros. Há erros técnicos na construção das alças de acesso à SC-403 vindo da e para a SC-401, entre outros problemas detectados.

Destaca-se o absurdo de um túnel e passagem que tem pouco menos de dois metros de largura, com extensão de até 50 metros, por onde os pedestres irão passar, o que irá gerar enorme insegurança, como apontou a Audiência Pública. Outro ponto é que o planejado viaduto para conexão com a Cachoeira do Bom Jesus pode ser substituído por alternativas mais econômicas e de maior eficiência viária.

Comissão

O resultado da visita técnica e estudos correspondentes serão apresentados para a Comissão, tirada na Audiência Pública, que deverá elaborar uma proposta a ser entregue ao governador Raimundo Colombo, à Secretaria Estadual da Infraestrutura e ao Deinfra.

Na Audiência Publica, a empresa responsável acolheu parte das propostas apresentadas, desde que não se alterasse muito o cronograma das obras. As comunidades locais e a cidade estão debatendo os limites de tempo e de realização dessa rodovia. A Audiência avaliou que é preferível corrigir os problemas de projeto e de obra agora, o que será praticamente inviável depois da conclusão da SC. “Esse projeto deve ser visto de forma integrada com a continuação dessa via em Ingleses, onde ela se estreita e provoca congestionamentos”, avalia Lino.